segunda-feira, 20 de abril de 2009

Segredos noturnos


A noite desperta a libido,
O desejo enorme de tocar seu corpo.
O mesmo desejo em que nos entregávamos,
e vestíamos de amor.

Os corpos envolvidos de suor,
despertando o jogo da sedução.

E amávamos, entregávamos a esse momento,
e sentíamos o mundo.
Tudo acabara ali.
Nossos corpos livres.
E ficávamos inertes como se nossas forças fossem arrancadas de
nossos corpos.

Inconsolável e proibidamente,
sentia o toque de suas mão macias
seus cabelos molhados envolvia me,
Retirava-me a vida.

Éramos dois seres em um só,
Ultrapassando os limites do prazer.
Seu corpo doce,sua boca beijava-me,
e a noite nos levara ao extremo.

A respiração ofegante,
unhas rasgando a carne,
suas entranhas me absorvendo.

E éramos apenas um.

(Tiago Monte Reis)

segunda-feira, 30 de março de 2009

Palavras.

Palavras jogadas no ar
Palavras que o coração quer calar
Pra poder me sentir vivo
Te sentir respirar e num instante
Eterno sonhar que tudo é belo
Que isso me completa e me faz amar
Muito mais do que pensei poder amar.


( Daniel Teixeira)

quinta-feira, 26 de março de 2009

Siga

Quem é capaz de enfrentar o coração?
Serão os corajosos, os compreensivos?
Os sentimentos, então?
Será a alma?
Alma contra o coração?
Existe isso não. Nem se quer explicação.

Levante-se então e enfrente o coração, ou talvez, tente.
Não entendemos nenhum coração não, mas suas impulsões
Nos levam por caminhos sem desilusão.
Ouça o coração ou terás decepção.
Pois a voz do coração diz:
Siga-me e não serás em vão.


(Regiane Corrêa)
Hoje estava pensando
Pensando em me matar.
Mas...
O que vou perder?
O que vou ganhar?

Eu tenho quase tudo.
Da vida não posso reclamar
Minha família é maravilhosa
Agradeço por nela estar.

Dinheiro,
Isso não há de faltar,
Tem pra comer
E tem pra gastar.

Eu tenho disposição
Do trabalho não tenho medo
Todo dia ajudo
Meu pai que é pedreiro.

Minha vida não é a melhor
Também não é a pior,
Se tivesse que cobrar
Pra tomar meu lugar,
Gente que não ia faltar.

Você deve estar se perguntando,
Porque então queria me matar,
Espera aí,
Que eu vou te contar.

Apesar de tudo,
Pode parecer que não,
Existe dentro de mim
Uma grande solidão.

Em um prédio eu subi,
Pensei em me jogar,
Pra saber quem por mim ia chorar.

Pulei.

Morri.

O que ganhei
Com esse fato então?
Foi o prazer
Antes de chegar ao chão.

Agora eu sei,
Não adianta esconder
Quem merece ser chamado
De amigo pra valer.

Você deve estar perguntando
Do que adianta isso aí?
Se agora morri.

Esse poema foi eu que inventei,
Meu caderno tudo pode.
Eu ressuscitei.

Agora de tudo eu sei,
Vamos conversar
E não adianta
Tentar me enganar.

Se você não chorou
Comigo nem se importou
Você não merece então
Estar com esse caderno na mão.

Se você sentiu minha falta,
Se chorou
Se entristeceu,
Ou abaixou a cabeça
E se lamentou,
Pode acreditar
Que é por você
Que eu não vou mais me matar.

Hoje é difícil encontrar
Alguém que possa confiar
Mas não é impossível
Existem pessoas como você
Que se pode chamar de amigo,
Amigo de confiança,
Amigo inesquecível.


(Iori Montenegro)

quarta-feira, 18 de março de 2009

Dias Tristes

Estou tão distante de mim
Longe meus dedos
Perto demais a escuridão.
Dias tristes me acompanham,
Nem sei mais o que é sorrir
E rir de coisas bobas.
Vejos poemas tristes
De um homem sem amor.

(Tico Matos - 25.01.09)

terça-feira, 3 de março de 2009

poema para ti

Às vezes penso.
Sinto que o corpo pede sua presença,
os olhos, a procurar, sua face.
meus dedos desejam tocar sua pele,
sentir seu cheiro.
dificíl entender,
mas o que se torna tão belo e puro,
mesmo que censurada, mesmo que impossível;
Mas enfim, despertou em mim aquele velho sentimento,
mesmo que à tempos estivesse escondido,
permanecia vivo inerte em mim.
e por isso que penso,

e é por isso que procuro o motivo,
solução para tal sentimento.
Eu preso em mim,
imóvel,
andando em ruas vazias,
sem ter por onde andar.
ao longe posso ver seus olhos,
sentir o mel doce de sua boca,
a maciez de seus lábios.
Desejo mais de sua vida,
desejo o desejo,
esncontro-me morto em mim,
Porém, vivo em você.


(Tiago Monte Reis)

domingo, 1 de março de 2009

Não se vê...

No meu peito
Um aperto
Que espreme, sufoca-me
Até a alma
A alma quando pensa
O coração sofre.
Assim como o meu,
Por não encontrar
Na realidade o amor
Que um dia tive,
Que em mim ainda vive,
Alimentando-se de esperança,
Até me cansa de pensar e procurar
No barulho de minha lágrima,
No labirinto de minha alma,
Até na expressão dessas palavras,
No meu corpo,
No caminho mais fundo de meus olhos,
Eu vejo, eu sinto esse amor,
Mas você não vê e não sente.

(Regiane Corrêa)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Se um dia

Se um dia eu descobrir que foi falso teu sorriso ao me ver, foi mentira os brilhos em teus olhos ao me aproximar, foi uma brincadeirinha o risinho envergonhado...Se eu souber, que foi uma farsa aquelas mil e umas declarações de amor, que não existiu um "EU TE AMO" verdadeiro que me disseste...Se não existiu o banho de chuva como dois namorados, o corre-corre na escola para ficarmos juntos, o filme em que assistimos e compartilhamos o que sentíamos, o tempo que me fez feliz, A vida que me entregou renovada quando entraste em minha vida...Se tudo isso não foi real, e você vier me trazer esta notícia, saiba que nunca mais irá me ver, não por rancor, ou ódio...Mas sim, pois deixarei de viver, porque somente quando conheci você é que descobri o motivo da minha existência.

(Francieli Zambonini)
Milhões de pessoas podem existir
Milhões de pessoas podem ser legal
Milhões de pessoas podem ser bonitas
Milhões de pessoas afinal.

No meio de milhões de pessoas
Ninguém é como você é
No meu coração, especial
Ninguém chega ao seus pés
À nível mundial.

Milhões pode me rodar
Milhões pode me tentar
Mas meu coração é pra valer
Só tenho olhos pra você.

No meu mundo só existe você
Você e minha solidão
Milhões são ilusão.

Milhões pode te tentar
Milhões pode te machucar
Mas eu estou aqui
Pra te proteger e te amar.

Diga basta ao sofrimento
Diga basta a solidão
Venha comigo
Me estenda a mão.

Milhões podem existir
Milhões podem parecer igual
Mas não é bem assim
Ser diferente é mais legal.

Jamais vou te fazer sofrer
Não sou otário para fazer isso
Seu coração vai viciar
No dia que conseguir me amar.

Tudo isso pode parecer ilusão
Mas tenho certeza, garanto que não
Tudo vai mudar
No dia que estender a mão
E me dar seu coração.

No meio de milhões sou diferente
No meio de milhões você é especial
Fomos feito um para o outro
Num amor primordial.

(Iori Montenegro)

Jardins

Lá fora não há mais rosa;
Secaram-se os jardins.
O sangue humano rega as orquídeas negras.
Por que?

Não me pergunte porque,
Pergunte-se a si próprio.
Porque matas o amor?
Porque esquece-te das rosas do jardim?

Quando encontrares o verdadeiro amor,
Logo as rosas desabrocharão novamente, e o sangue humano
Teu próprio sangue
Certamente correrá dentro de tuas próprias veias.

No jardim, enquanto florescem as rosas,
Cultive também poesia.
Cultive sonhos, cultive amor.

Então poderás me responder
Por que?
Oh duvida.


(Tiago Monte Reis)

Espelho Quebrado

Procuro no silêncio
Pedaços de mim
Reflexos da minha face
Olhos, boca, perfume...
Desespera-me a angustiante escuridão
A espera sem sabor
O beijo que nunca será.

Onde estou, dentro de mim mesmo,
Senão dentro do meu coração?
Coração lugar triste, quente, cheio:
Rancor, amargura, medo, paixão...

Posso sentir meu sangue correr,
Meus pulmões, estômago,
O estalar dos meus dedos.
Mas onde estou verdadeiramente?

Olho no espelho e vejo um estranho
Que vive por aí, dando ares de mim.
Não é meu todo esse amor

Não são minhas as risadas,
Gargalhadas que ele dá.

Agora dorme, apenas dorme, não ronca
Não ronca e não mexe
E não fala, está inerte
Apenas dorme...

Procuro no silêncio
Pedaços de mim
Informações de como sou
Quem sou, onde estou
Nesse quebra-cabeças estilhaçado

Fico o tempo todo aprisionado
Nesse corpo estranho de outrem.
Onde estou meu Deus (talvez gritaria)
Senão dentro do meu coração?

Não sinto dor, mas calor
E vontade de ver o mundo,
Sentir, dançar na chuva
Cantar ou berrar na madrugada.

Olho no espelho e vejo um estranho
Procuro no silêncio
Pedaços de mim
Restos de mim

Haverá nesse mundo alguém,
Apenas um alguém
Que conheça meus olhos,
Meus dedos, cabelos e cotovelos?

Há de aparecer, ao menos, um alguém
Em meio a tantos ninguém
Que saiba, conheça, estabeleça
Algum pedaço de mim

(Tico Matos - 17/12/2008)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Que o vento traga

Às vezes penso que já não me ama mais, pelo brilho dos teus olhos que já não é o mesmo ao me ver, o seu sorriso que já não é o mesmo quando eu passo...Talvez a paixão se tornou amor, ou o amor que tinhas por mim foi insuficiente pra me amar o necessário do amor...Ou até mesmo eu já não te enxergo com os mesmos olhos de uma apaixonada...O EU TE AMO entre nos virou rotina, ou...Uma tarefa excluída, o amor que sentíamos virou pó...Pó que o vento leva da memória com o tempo...O tempo...O tempo que há de curar a dor que sinto por ter-te tão perto...Mas com o sentido tão longe...Espero que o tempo leve com o vento o que sinto...Ou... Que esse mesmo vento traga com o tempo o sentimento que um dia de nós foi levado...

(Francieli Zambonini)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Meu nome era Severino
E nunca fui feliz por isso
Eu era bandido
E você nunca deve ter ouvido falar de mim.

Na minha vida já fui feliz
Até consegui o que eu quis
Mas quem não sabe viver
A tendência é a sua vida então perder.

Á tempo não bate meu coração
Conta de facada e ilusão
O amor em minha vida perdeu a razão.

Por isso essa é minha carta de suicídio
Um abraço para quem já foi meu amigo,
Hoje sou um podre coitado, abandonado.


(Iori Montenegro)

Olhos que choraram

Decerto os olhos que choram ja brilharam um dia,
Ao me ver entrar por aquela porta
Na noite escura e fria

Será mesmo o amor dom Divino e sincero?
Amor dói nas almas dos que amam verdadeiramente.
Por mais severa que seja, por mais rude que se mostre
A dor do amor é a dor que transforma e define a
Vida de qualquer ser vivente.

De todas as formas de amor ja amei:
Amores ocultos e amores aparentes;
Mas o amor que se concretiza no próprio verbo amar,
Torna-se permanente.

Singelo,obscuro, mas alegre e imaturo.
Torna homem feito menino e prevalece no
Infinito da vida.

Na noite fria e escura os olhos choram!
Ao ver , ao sentir o amor tornar-se distante
E ao mesmo tempo perto demais.

Demais ao ponto de sentir o cheiro, o gosto, a pele
sobre a pele.

(Tiago Monte Reis)
Noite.

Metamorfose.

Os olhares arrobam corpos.

Suores quentes.

As respirações ofegam.

Os extintos entrenham na pele.

Somos bichos,

Caça e caçador.

A procura desta comida noturna

Chamada

Prazer.

(Nanna Morais)

Na rabeira de uma paixão eu sofri

Na rabeira de uma paixão eu sofri
Logo eu, que nada sei de mim
Nem meus pensamentos
Nem as sensações,
Mesmo tão presentes.

Conheço apenas o que vejo de mim
O dedo, a língua, os pêlos.
Nada sei de amor ou de ódio
Como toda gente o sabe
E conhece suas dores
E seus amores

No dia em que descobri
A mulher amada
Nada fiz.
Porque era-me tudo novo
E sensacional
Como os encantamentos
Que carregam as velhas bruxas

O amor veio-me de repente
E era tão comum a toda gente
Que me desesperei
E chorei.
Chorei e sofri.

Sofri por estar alheio às sensações
Por viver à margem
De todas as sentimentalidades
E de tão tardiamente
Beber o licor agridoce,
Sabor inesquecível da paixão.

(Tico Matos)

E eram dois perdidos na mesa dos sentimentos

Amigos de anos idos
Negros vestidos
Loucos gemidos

Amigos em tempos de igreja
De conversas paralelas
Em dias de domingo

Amigos e entreolhares
Seios, coxas, braços
Amigos de amor secreto
Juras, promessas, afeto

Amigo desejando ser amante
E amante sendo
Desejas desposar

Amiga sonha o beijo
O romance
A declaração

Amigos namorados
Namorados amigos
Amigos eternos

"à minha querida Liana"

(Tico Matos)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Pai

Pai não se faz de outrora
É pai, ainda que amigo
E pai sempre será.
Pai, figura ausente, presente, forte!
Homem sempre homem, mesmo sendo mulher...
Pai vive de ser pai e não deixa de ser
Um senhor ancião que vive e caminha
Passos vagarosos, pé ante pé...
Muitas vezes pai ou pai uma vez só
Sempre pai será
E pai perene, limpo, mandão...

Fora papai um moleque levado
Que pregava nos outros joguetes e peripeças
E sozinho panhava lenha
A casa da preta velha, sua mãe.
Eita pai mais sapeca
Na bolsa da sorinha uma saltitante perereca...
E cantava de menino bonito
Até para a filha da vizinha.

Pai sempre fora homem
Mesmo em tempos de meninice
Certo estou que sempre o será
Até nos dias da velhice

Esse senhor coronel
Meu amigo, bandido amigo
Que rouba e segreda
O carinho de seu eterno filho.

(Tico Matos)

Amigo

Amigo de outrora
Amigo de agora
Amigo de segredo
Amigo de desejo
Amigo de tapa na cara
Amigo de beijo na testa

Amigo de relar
De comer, de brincar, de estudar
Amigo de brigar

Amigo de doce
Amigo de salgado
Amigo folgado, falastrão

Amigo dançante
Amigo de prosa e poesia
Amigo da minha mãe, amigo da minha tia

Amigo, só amigo
Amigo, algo mais.
Amigo amante, cavalheiro
Amigo bonitão

Amigo de boteco
Amigo de praça e portão
Amigo de viajar
Amigo de amar
Amigo de grandes olhos
E pequena visão

Amigo, só amigo
Amigo desde então

(Tico Matos)

Clarão na Madrugada


Madrugada escura
Nua
Amante
Confidente

Madruga o desejo louco e desesperado
De tocar o cume das montanhas carnosas
Suaves em brisas de outono...
Arrepio

Escurece o pudor
Arde o peito e lacrimejam os olhos semicerrados
Brilha um líquido que emanava pecado...
Brados

Ouviu-me sussurrar
Repousou sobre meu corpo dilacerado
Espancado...
Ouviu-me, tocou-me
Adormeceu


(Tico Matos)