Logo eu, que nada sei de mim
Nem meus pensamentos
Nem as sensações,
Mesmo tão presentes.
Conheço apenas o que vejo de mim
O dedo, a língua, os pêlos.
Nada sei de amor ou de ódio
Como toda gente o sabe
E conhece suas dores
E seus amores
No dia em que descobri
A mulher amada
Nada fiz.
Porque era-me tudo novo
E sensacional
Como os encantamentos
Que carregam as velhas bruxas
O amor veio-me de repente
E era tão comum a toda gente
Que me desesperei
E chorei.
Chorei e sofri.
Sofri por estar alheio às sensações
Por viver à margem
De todas as sentimentalidades
E de tão tardiamente
Beber o licor agridoce,
Sabor inesquecível da paixão.
(Tico Matos)
muito daora essa hein !!
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