quinta-feira, 26 de março de 2009

Hoje estava pensando
Pensando em me matar.
Mas...
O que vou perder?
O que vou ganhar?

Eu tenho quase tudo.
Da vida não posso reclamar
Minha família é maravilhosa
Agradeço por nela estar.

Dinheiro,
Isso não há de faltar,
Tem pra comer
E tem pra gastar.

Eu tenho disposição
Do trabalho não tenho medo
Todo dia ajudo
Meu pai que é pedreiro.

Minha vida não é a melhor
Também não é a pior,
Se tivesse que cobrar
Pra tomar meu lugar,
Gente que não ia faltar.

Você deve estar se perguntando,
Porque então queria me matar,
Espera aí,
Que eu vou te contar.

Apesar de tudo,
Pode parecer que não,
Existe dentro de mim
Uma grande solidão.

Em um prédio eu subi,
Pensei em me jogar,
Pra saber quem por mim ia chorar.

Pulei.

Morri.

O que ganhei
Com esse fato então?
Foi o prazer
Antes de chegar ao chão.

Agora eu sei,
Não adianta esconder
Quem merece ser chamado
De amigo pra valer.

Você deve estar perguntando
Do que adianta isso aí?
Se agora morri.

Esse poema foi eu que inventei,
Meu caderno tudo pode.
Eu ressuscitei.

Agora de tudo eu sei,
Vamos conversar
E não adianta
Tentar me enganar.

Se você não chorou
Comigo nem se importou
Você não merece então
Estar com esse caderno na mão.

Se você sentiu minha falta,
Se chorou
Se entristeceu,
Ou abaixou a cabeça
E se lamentou,
Pode acreditar
Que é por você
Que eu não vou mais me matar.

Hoje é difícil encontrar
Alguém que possa confiar
Mas não é impossível
Existem pessoas como você
Que se pode chamar de amigo,
Amigo de confiança,
Amigo inesquecível.


(Iori Montenegro)

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